Após a leitura do livro Holy Smoke (Fumo
Sagrado) do escritor cubano Guillermo
Cabrera Infante (1929-2005), cotejei
algumas ideias e pensamentos. A
obra é uma celebração do tabaco, da arte de fumar e da relação entre o charuto,
o cigarro e o cachimbo. Também são evocados os grandes fumadores da história, as
histórias ligadas ao prazer do fumo, em jeito de narrativa, através da
literatura e da arte cinematográfica.
Os charutos feitos à mão estão para os
feitos à máquina aquilo que os livros de capa dura são para os livros de capa
mole. O fumo pode ser o mesmo, mas mais bem-feitos. Um charuto feito à mão é
uma arte e ainda que não tenha sido feito para cada um de nós, parece que foi.
Os charutos grandes assentam bem nos
homens pequenos, enquanto os cigarros são para os homens altos e o cachimbo é
associado a homens medianos, de meia idade e de classe social média.
“Os cigarros são o oposto pervertido dos
charutos; os charutos são compridos, os cigarros curtos; os charutos são
escuros, os cigarros brancos; os charutos são grossos, os cigarros finos; os
charutos têm um cheiro forte, os cigarros são perfumados; os cigarros são para
os lábios, os charutos para a boca e para os dentes; os cigarros não se apagam,
mas extinguem-se rapidamente, enquanto que os charutos parecem viver para
sempre; os charutos são brutamontes, os cigarros são tão femininos como as
jóias; os cigarros fumam-se sem parar, os charutos devem ser fumados em
intervalos regulares, com todo o ócio do mundo. Os cigarros são para o
instante, os charutos para a eternidade.”
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