domingo, 21 de novembro de 2010

Duas histórias, o mesmo espírito

A empresa de charutos Julien Bahia, sediada em Cruz das almas no Recôncavo baiano (Brasil), produz, entre outras, uma marca de charutos denominada Quitéria, homenageando Maria Quitéria, patrono do exército brasileiro. Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) foi uma heroína das guerras pela independência do Brasil, reconhecida pelo rei D. João IV, em 1825. A sua luta pela vida, pela Cachoeira, pela Pátria, pela libertação da mulher, foi exemplar. Maria Quitéria, com roupas masculinas, alistou-se num regimento de artilharia e em seguida de infantaria como soldado Medeiros.

Adelina, a charuteira, maranhense de São Luís, era filha de uma escrava com um Senhor. Sabia ler e escrever, porém seu pai empobreceu e passou a fabricar charutos. Adelina era então a sua vendedeira, circulando pela cidade, vendia charutos para os bares bem como para os fregueses avulsos. No largo do Carmo, onde costumava parar, vendia charutos aos estudantes de liceu e aí teve oportunidade de assistir a comícios abolicionistas promovidos por eles. Com a facilidade que circulava pela cidade, Adelina era uma importante informadora das acções da polícia aos activistas e ainda ajudava na fuga dos escravos, cooperando assim com o movimento abolicionista.