quarta-feira, 31 de março de 2010

Voltando ao Brasil

O reinado do charuto no Brasil começou no princípio do século XIX. Nessa época, chegou a haver registo de 300 fábricas, embora a maioria fosse de fabrico artesanal e familiar.

Na Bahia, em 1851, surgiram as duas primeiras grandes fábricas de charutos, a Costa Ferreira & Penna, mais tarde Costa Penna & Cia, e a Vieira de Mello. Com a chegada de tabaqueiros alemães, seguiram-se as fábricas Dannemann, Suerdieck, Poock e Stender, que constituíram verdadeiros impérios.

Já no século XX, o aumento da produção de charutos, no Recôncavo baiano, verificou-se principalmente com a chegada ao Brasil da família cubana Menendez, que se estabeleceu em São Gonçalo dos Campos. Os Menendez, que antes da estadização cubana eram proprietários dos famosos charutos Montecristo e H. Upmann, emigraram para as Ilhas Canárias e daqui para o Brasil, associando-se ao comerciante baiano Mário Amerino Portugal, constituindo a empresa Menendez & Amerino.

Hoje, algumas cidades se destacam na produção de “puros” baianos. Alagoinhas é a sede da Chaba, Charutos da Bahia; na Cachoeira estão as fábricas Paraguaçu e Talvis/Leite e Alves; em Cruz das Almas, Angelina Tabacos Ltda, Damatta, Julien Bahia, Josefina Tabacos do Brasil, LeCigar Ltda, Luís C. Sandes, Manufatura de Charutos São Salvador, Puros do Brasil, Tabacos Mata Fina, Tobajara, San Francisco Charutos; em São Félix, a Companhia de Charutos Dannemann e em São Gonçalo dos Campos a Menendez & Amerino.

Há charutos que só são conhecidos em um ou dois estados brasileiros, ficando de fora dos grandes centros consumidores. Muitos desses charutos não são encontrados nas tabacarias, mas vendidos em lojas de “souvenir”, hotéis, restaurantes e bares.

A venda de charutos para as tabacarias sem a identificação do fabricante tem vindo a crescer. Há charutos no mercado sem nenhuma cinta, são os chamados genéricos ou mesmo com uma cinta da tabacaria que os vende, denominados “charutos da casa”.