sexta-feira, 9 de abril de 2010

Coleccionando




Desde que o homem existe, sentiu a necessidade de possuir vários objectos. Assim, se estabelece, necessariamente, uma estreita relação entre o sujeito e o objecto. O instinto do coleccionador poderá surgir entre os três e os seis anos, quando a criança começa a tomar auto-consciência do(s) mundo(s) envolvente.

Durante algum tempo, o coleccionador é um ser solitário e anónimo, trabalhando na sombra e desenvolvendo uma actividade visível só para si próprio. À medida que conhece outros coleccionadores, vai aumentando a sua rede de contactos e, por consequência, adquirindo por troca ou compra as peças que não tem na sua colecção.

De certo modo, o coleccionismo apresenta algumas semelhanças com a Arqueologia, na medida em que, tal como esta, procura “desenterrar” o passado, dando a conhecer no presente, objectos, documentos e factos que pareciam perdidos ou esquecidos para sempre.

Tal como a filatelia e a numismática, a vitolfília assume um papel relevante no coleccionismo. Cinta a cinta, com paciência e amor, se vão fazendo as colecções. No início, com peças simples e vulgares, depois, as mais clássicas. Umas e outras ocupando o seu espaço temático.

O interesse pelas cintas de charuto (vitolas) consideradas clássicas, as “jóias da vitolfília”, provoca no coleccionador o desafio pela propriedade de um “tesouro” documental. A antiguidade e raridade das cintas (vitolas), unidas ao valor estético, onde sobressaem temáticas que reproduzem personagens importantes da história dos
países, na política, na economia e nas artes, proporcionam ao coleccionador todo um
arco-íris de dourados e relevos e representam verdadeiras obras de arte litográficas.

Assim entendido, o coleccionismo de cintas de charuto (vitolfília) assumindo o papel
histórico, cultural, científico e recreativo, favorece e desperta a investigação, num cenário intemporal de factos universais.