sábado, 18 de fevereiro de 2012

Tonga

O estudo e catalogação das cintas de charuto (vitolas) abre um leque de conhecimentos, através da pesquisa alargada, que passa para além da simples identificação. Sobre a cinta representada, acreditei tratar-se de uma cinta portuguesa, embora desconhecendo concretamente a fábrica que a produziu. A informação de um coleccionador, antigo empregado da fábrica de tabaco A Tabaqueira, pareceu-me credível, daí o facto de constar no catálogo Vitolário Português, editado pelo Grup Vitolfilic de Barcelona.

Mas, vejamos o que resultou da pesquisa através do termo Tonga. O reino de Tonga é uma monarquia constitucional da Oceânia, situado na Polinésia, desde 1875, tendo-se tornado independente a partir de 1970. O arquipélago é composto por 172 ilhas e ilhotas, sendo a capital Nukualofa, na ilha de Tongatapu. As línguas oficiais são o tongalês e o inglês. O clima é tropical com duas estações distintas, a da chuva e a seca. A moeda é o paanga. A população é de cerca de cento e seis mil habitantes, cuja metade trabalha na agricultura, no cultivo da abóbora, coco, baunilha e banana. O turismo e a pesca constituem as principais fontes de receita.


Na época em que Portugal tinha províncias ultramarinas como Angola e Moçambique, existiam fábricas de tabaco em Luanda e Lourenço Marques. Em Moçambique, Tonga era o nome de uma tribo indígena e uma língua da região de Inhambane. Em Angola, o termo Tonga reportava-se a uma zona demarcada nas fazendas para desbravar. Na província ultramarina de S.Tomé, a palavra Tonga designava os descendentes dos contratados, de origem europeia, nascidos na ilha, cuja primeira geração começou a aprender o Português, falado nas roças, para fins de comunicação.


Em jeito de conclusão, parece-me viável que a cinta tenha origem numa das fábricas referenciadas ou numa das fábricas de Portugal continental.

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