CINTAS DE
CHARUTOS (VITOLAS): LENDA E HISTÓRIA
A essência do colecionismo de cintas de
charutos (vitolfilia) é a cinta de charuto, ela própria de corpo e alma,
verdadeiro ex-libris do charuto. Com o desenvolvimento da litografia, cuja
invenção se deve ao checo Johann Alois Senefelder (1771-1834), foi aberto o
caminho para embelezar e identificar os rótulos das caixas de charutos e os
charutos. A cinta de charuto tem a sua mitologia própria.
Sobre a lenda, diz-se que os primeiros
fumadores de charutos europeus foram os dândis ingleses. Estes, apercebendo-se
que as suas impecáveis luvas ficavam manchadas com a nicotina dos seus
charutos, pediram aos seus criados de quarto que introduzissem um anel de papel
à volta de cada charuto e o colocassem perto da extremidade do charuto que
metiam na boca, a fim de evitar que as suas preciosas luvas ficassem tingidas
com a fuga dos fluidos da nicotina.
Uma outra interpretação da lenda,
descrita no livro All The Best in Cuba, de Sydney Clark (1890-1975), refere que
as cintas de charutos têm, curiosamente, uma origem feminina já que foram
confecionadas pela primeira vez em Havana, não para servir de adorno ou
identificar o charuto, mas para permitir que os delicados dedos das damas
espanholas da alta sociedade não
estivessem expostos ao contacto com a folha de tabaco, sempre que fumassem
charutos.
Sobre a história, diz-se que o produtor
cubano, de origem holandesa, estabelecido em Havana, de seu nome Gustave
Antoine Bock (1837-1911), queria que os seus charutos se distinguissem dos
outros, mesmo quando fora da caixa de charutos, criou a cinta que devia ser
colocada ao redor de cada charuto.
Bock, quando inventou a cinta, nunca
teria certamente imaginado que estava a criar um precioso anel de noivado entre
o fumador e o seu charuto.