
domingo, 18 de dezembro de 2011
O ritual ou a arte de fumar charutos

domingo, 13 de novembro de 2011
Romeu e Julieta

Após a revolução cubana de 1959, a marca mudou-se para a República Dominicana, mas Cuba, que nacionalizou a marca, continua a produzir Romeu e Julieta.
domingo, 28 de agosto de 2011
Explicando
Entre as várias marcas está a Punch, criada em 1840, em Habana, por Manuel Lopez, proprietário da J. Valle & Cia. O nome da marca foi adoptado tendo em conta o mercado britânico e a revista de humor e sátira Punch (soco), que na época estava em voga.

No que se refere à marca de charutos, que ainda hoje existe, a litografia da caixa ilustra quatro momentos da produção de charutos e uma imagem de Mr Punch a fumar um charuto, acompanhado por um cão.
A marca Punch hondurenha foi originalmente manufacturada em Tampa (Florida, USA) e transferida para as Honduras em 1969.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
À descoberta da personagem
A indústria charuteira serve-se não só da temática retratista das figuras da história, da fauna e da flora, mas também das personagens dos grandes romances, ilustrações litográficas que documentam e embelezam as caixas e as cintas de charuto.

Respondendo a esses objectivos, a fábrica brasileira Suerdieck lançou no mercado interno e no alemão a marca de charutos Iracema. Trata-se de uma lenda do Ceará, escrita em 1865 por José de Alencar (1829-1877).
O romance trata, de forma poética, o amor quase impossível entre um branco, Martim Soares Moreno, colonizador português, e a bela índia Iracema, a virgem de lábios de mel e de cabelos negros. Iracema, índia da tribo dos tabajaras, era uma espécie de vestal, por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos).

A acção inicia-se no princípio de 1604 e prolonga-se até 1611. A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência, enquanto que o colonizador Martim (referência a Marte, deus romano da guerra) representa a cultura europeia. Do envolvimento dos dois surgirá o Brasil, representado alegoricamente pelo filho do casal, Moacir.
Iracema é um anagrama de América e, para alguns críticos, representa uma metáfora sobre a colonização americana pelos europeus.
domingo, 21 de novembro de 2010
Duas histórias, o mesmo espírito

Adelina, a charuteira, maranhense de São Luís, era filha de uma escrava com um Senhor. Sabia ler e escrever, porém seu pai empobreceu e passou a fabricar charutos. Adelina era então a sua vendedeira, circulando pela cidade, vendia charutos para os bares bem como para os fregueses avulsos. No largo do Carmo, onde costumava parar, vendia charutos aos estudantes de liceu e aí teve oportunidade de assistir a comícios abolicionistas promovidos por eles. Com a facilidade que circulava pela cidade, Adelina era uma importante informadora das acções da polícia aos activistas e ainda ajudava na fuga dos escravos, cooperando assim com o movimento abolicionista.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Coleccionando
Durante algum tempo, o coleccionador é um ser solitário e anónimo, trabalhando na sombra e desenvolvendo uma actividade visível só para si próprio. À medida que conhece outros coleccionadores, vai aumentando a sua rede de contactos e, por consequência, adquirindo por troca ou compra as peças que não tem na sua colecção.
De certo modo, o coleccionismo apresenta algumas semelhanças com a Arqueologia, na medida em que, tal como esta, procura “desenterrar” o passado, dando a conhecer no presente, objectos, documentos e factos que pareciam perdidos ou esquecidos para sempre.
Tal como a filatelia e a numismática, a vitolfília assume um papel relevante no coleccionismo. Cinta a cinta, com paciência e amor, se vão fazendo as colecções. No início, com peças simples e vulgares, depois, as mais clássicas. Umas e outras ocupando o seu espaço temático.

O interesse pelas cintas de charuto (vitolas) consideradas clássicas, as “jóias da vitolfília”, provoca no coleccionador o desafio pela propriedade de um “tesouro” documental. A antiguidade e raridade das cintas (vitolas), unidas ao valor estético, onde sobressaem temáticas que reproduzem personagens importantes da história dos
países, na política, na economia e nas artes, proporcionam ao coleccionador todo um
arco-íris de dourados e relevos e representam verdadeiras obras de arte litográficas.
Assim entendido, o coleccionismo de cintas de charuto (vitolfília) assumindo o papel
histórico, cultural, científico e recreativo, favorece e desperta a investigação, num cenário intemporal de factos universais.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Voltando ao Brasil
Na Bahia, em 1851, surgiram as duas primeiras grandes fábricas de charutos, a Costa Ferreira & Penna, mais tarde Costa Penna & Cia, e a Vieira de Mello. Com a chegada de tabaqueiros alemães, seguiram-se as fábricas Dannemann, Suerdieck, Poock e Stender, que constituíram verdadeiros impérios.
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Já no século XX, o aumento da produção de charutos, no Recôncavo baiano, verificou-se principalmente com a chegada ao Brasil da família cubana Menendez, que se estabeleceu em São Gonçalo dos Campos. Os Menendez, que antes da estadização cubana eram proprietários dos famosos charutos Montecristo e H. Upmann, emigraram para as Ilhas Canárias e daqui para o Brasil, associando-se ao comerciante baiano Mário Amerino Portugal, constituindo a empresa Menendez & Amerino.
Hoje, algumas cidades se destacam na produção de “puros” baianos. Alagoinhas é a sede da Chaba, Charutos da Bahia; na Cachoeira estão as fábricas Paraguaçu e Talvis/Leite e Alves; em Cruz das Almas, Angelina Tabacos Ltda, Damatta, Julien Bahia, Josefina Tabacos do Brasil, LeCigar Ltda, Luís C. Sandes, Manufatura de Charutos São Salvador, Puros do Brasil, Tabacos Mata Fina, Tobajara, San Francisco Charutos; em São Félix, a Companhia de Charutos Dannemann e em São Gonçalo dos Campos a Menendez & Amerino.

Há charutos que só são conhecidos em um ou dois estados brasileiros, ficando de fora dos grandes centros consumidores. Muitos desses charutos não são encontrados nas tabacarias, mas vendidos em lojas de “souvenir”, hotéis, restaurantes e bares.
A venda de charutos para as tabacarias sem a identificação do fabricante tem vindo a crescer. Há charutos no mercado sem nenhuma cinta, são os chamados genéricos ou mesmo com uma cinta da tabacaria que os vende, denominados “charutos da casa”.