As cintas de charuto (vitolas ou anilhas) apresentam-se em duas vertentes: as cintas clássicas e as de série. Enquanto as primeiras são exemplares únicos, as de série desenvolvem um tema por um número variável de cintas.
Decorria a segunda metade do século vinte, quando a Fábrica de Tabaco Álvaro, nascida em 1921, nas Canárias (Espanha), cujo proprietário foi Dom Álvaro Gonzalez de Paz (1900-1983), lançou no mercado, a partir de 1966, várias séries de cintas em tamanho gigante (vitolinas) que foram colocadas como oferta, uma em cada caixa de charutos. Entre estas, destaca-se a série Dom Quixote de la Mancha, composta por cento e sete cintas, fabricadas pela litografia holandesa Chr. Shafer Jr., emitidas em maio de 1969, com uma tiragem de trinta e sete mil e trinta e sete séries. Em fevereiro do ano seguinte, especialmente, uma nova emissão com uma quantidade semelhante de séries viu a luz do dia.
A primeira cinta da série apresenta o retrato do escritor da
obra, o espanhol Dom Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) e cada uma das
seguintes cintas mostra uma cena dessa obra imortal.
O livro parodia os romances de cavalaria que gozavam de imensa popularidade e na altura já estavam em declínio. O protagonista, um pequeno fidalgo castelhano, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances de cavalaria, perde o juízo, pois acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se cavaleiro andante e imitar os seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras na companhia do seu fiel amigo, Sancho Pança. A ação passa-se em terras da Mancha, de Aragão e da Catalunha, por montes e vales, onde Dom Quixote luta contra moinhos de vento e cavaleiros imaginários em nome da justiça.